Modelos de Parlamentarismo: inglês, alemão e francês
Há certos elementos que caracterizam um
sistema de governo como sendo parlamentarista e não presidencialista ou
diretorialista. Apesar de cada estado ter as suas particularidades, no que se
refere ao sistema parlamentarista pode destacar três modelos: britânico, alemão
e francês. Esses modelos distintos vão surgir em função da relação do
parlamentarismo com a forma de governo, monárquica ou republicana sendo que
dentro da republicana funciona com eleição direta ou indireta do chefe de
Estado. A cada modelo de parlamentarismo existem suas diferenças, as
definições, suas características e suas particularidades. Temos em vista que
cada modelo está ligado a sua realidade de Estado, isso não implica a dizer que
devemos optar por algum desses.
Philippe define parlamentarismo como regime
político em que o governo (Conselhos de Ministros), que exerce o poder em nome
de um chefe de Estado irresponsável frente a uma Assembléia Nacional sujeita à
dissolução.
Para
nós é o fato de haver uma dependência ou necessidade de cooperação política
entre o Poder Executivo e Legislativo. No parlamentarismo geralmente
encontra-se dividido em duas casas: Câmara Alta (Lordes, Senado) e Câmara Baixa
(Dos comuns). A Câmara Alta geralmente os lideres são escolhidos por via
indireta, funciona como um poder moderador de caráter conservador. Já a Câmara
Baixa é mais sensível às pressões populares.
Fazendo
um paralelo com as formas de Governo, Monarquia e República, verifica-se que o
presidencialismo e o diretorialismo ocorrem somente na República, enquanto o
parlamentarismo pode ser adotado tanto na República como na Monarquia. Cerca de
¾ dos governos no mundo são do tipo parlamentarista.
Existem
alguns elementos que são básicos para as diversas experiências
parlamentaristas: Executivo dualista, governo com responsabilidade política e
Câmara baixa sujeita a dissolução.
Executivo
Dualista é a divisão entre Chefe de Estado( Monarca ou Presidente) e Chefe de
Governo.
O
Chefe de Estado varia em função do governo, republicana ou monárquica: sendo
republicana, será temporária, e na monárquica, será vitalícia e hereditária.
O
Chefe de Governo recebe diferentes denominações: primeiro-ministro, chanceler,
presidente do conselho de ministros ou presidente do governo, e é indicado pelo
chefe de Estado, que indicará aquele que tiver a possibilidade de obter o apoio
da maioria parlamentar. O mandato do governo não tem uma duração física.
Quando
se fala em Parlamento, para fins de formação do governo, está se referindo
somente à Câmara Baixa (Câmara dos Deputados, Assembleia Nacional ou Câmara dos Comuns).Câmara Baixa fica sujeita a
dissolução pelo Chefe de Estado. Essa possibilidade faz com que a Câmara Baixa
somente declare a desconfiança no governo em casos em que a política deste não
tenha mais o apoio popular. Do contrário, ao aprovar a moção de desconfiança ao
governo, pode estar dando abertura para que o chefe de Estado dissolva a Câmara
Baixa, por entender que esta não mais representa convenientemente o povo.
Dissolvida a Câmara Baixa, são convocadas novas eleições legislativas. A
continuidade do governo ou a necessidade de constituição de um novo governo vai
depender da maioria parlamentar surgida das eleições. A duração do mandato do
membro da Câmara Baixa varia de Estado para Estado, sendo normalmente de 5
anos, mas em função da dissolução pode ser mais breve, sendo, no entanto,
permitida a reeleição.
As
instituições políticas britânicas são produto da história.No parlamentarismo
britânico, o fato de haver uma fusão entre o Legislativo e o Executivo, e o
fato de existirem dois partidos fortes, conservador e trabalhista, são
responsáveis pela estabilidade do sistema.
Na
Câmara dos Comuns quando se vota no deputado se está na verdade escolhendo o
primeiro-ministro. Nela possui um presidente, o speaker, eleito por toda a
legislatura, podendo sair do partido majoritário ou minoritário. A sua função
caracteriza-se pela imparcialidade e neutralidade.
A
Câmara dos Lordes é composta de mais de 1.000 membros, embora somente 150
compareçam às sessões. Destes, 900 são hereditários, 150 à vida, 26 são
espirituais. Entre esses estão os Law
Lords, magistrados responsáveis pela Suprema Corte da Grã-Bretanha, pois cabe
também à Câmara dos Lordes resolver os litígios em última instância e estabelecer
a jurisprudência. Todos os membros desta Câmara são nomeados pelo Monarca
(Rainha), que pode a todo momento nomear os pares hereditários e os à vida.
Todavia esses poderes pertencem hoje ao Primeiro Ministro.
Os
Poderes Reais são consideráveis: nomeação de um grande número de cargos, o direito
de conceder o título de Lorde, os títulos em geral e as condecorações, o
direito de convocar, prorrogar e dissolver a Câmara dos Comuns, o direito de
guerra e de paz, direito de tratados, etc. Mas o exercício desses poderes se dá
através do gabinete ou do primeiro-ministro, que contra-assinam, assumindo a
responsabilidade política. Todavia, a importância maior da coroa inglesa está
nos valores que ela historicamente expressa: a grandeza do império britânico e
as virtudes da família inglesa. Embora isso tudo seja contestado na atualidade,
não fazendo mais unanimidade, o poder real tem uma força simbólica considerável
na Grã-Bretanha.
A
primeira Constituição da Republica pós guerra na Alemanha, a única mudança foi
à estrutura interna de suas relações.
O
federalismo vem como uma forma de separação dos poderes e como uma garantia de
liberdade, possui sua organização constitucional, com um Parlamento e um
Executivo com a finalidade de controlar a constitucionalidade interna.
As
competências da União são classificadas em três grupos:
- Aquelas
que de competência corrente
- Aquelas
da competência de Länder
- Existe
um Tribunal Constitucional para regrar os conflitos de competência entre a
União e os Länder.
O
Parlamento é composto de duas Câmaras: o Bundestag, que representa todo o povo
da Federação, e o Bundesrat, que representa
os Länder.
As
eleições funcionam em sistemas majoritários, onde acabam favorecendo os grandes
partidos. E o eleitor vota duas vezes.
O
Bundesrat, que são os conselhos federais, juntamente com o governo e com os
Bundestag, tem novas iniciativas de lei, porém o conselho somente dispõe o veto
suspensivo. Mas de todavia o veto possui caracter absoluto.
Em
relação aos Tribunais Constitucionais é o órgão exclusivo de controle da
constitucionalidade, é composto por 16 membros, com mandato de 12 anos, onde
recai personalidade qualificada resultando a escolha da negociação de dois
grandes partidos. A importância do Tribunal é enorme e desempenha três tarefas
fundamentais:
- Regulação
dos litígios
- Controle
da constitucionalidade
- Assume
uma espécie de polícia da moralidade política
O
Presidente da República é eleito pela Assembléia Federal, composta por
deputados da Câmara Popular, para um mandato de cinco anos. Porém o papel do
Presidente é simbólico, onde não têm grande importância seus poderes.
A
estabilidade política da Alemanha deve-se a opinião e à disciplina das pessoas
que fazem política. Mas nesse meio tempo a Câmara se restabelece e elege o
sucessor, onde a dissolução não será mais possível.
A
constituição francesa foi elaborada pelo General Charles de Gaulle, que tinha
como poder resolver o problema na crise da Argélia, e revisar a constituição.
Foi feita uma nova constituição, e foi submetida á consulta de um comitê
constitucional. Ela foi promulgada em 4 de outubro de 1958. As ideias centrais
da constituição vieram diretamente do General, que estabeleceu alguns
princípios: necessidade de um chefe de Estado forte, uma espécie de árbitro e
manutenção do bicameralismo. Ela já tem mais de 43 anos existência, tendo
passado por ela cinco presidentes da república. Dois traços foram bem marcantes
na constituição de 1958; a restauração da autoridade do estado e o
estabelecimento de limites ao poder dos partidos.
A
constituição de 1958 foi a primeira a constitucionalizar os partidos políticos.
Outro fato marcante também na vida dessa constituição foi a alternância de
poder, no momento em que se assumia o presidência. O mandado da presidência era
de 7anos e não se tinha limite de reeleição.
No
que se referia a maioria parlamentar, era considerada perfeita quando p
presidente da república é eleito pela maioria dos votos, no primeiro ou no
segundo turno. Havendo maioria perfeita é o presidente da republica que, na
prática, governa o que detém o poder do Estado. O presidente da república
também assume a chefia de governo.
O trabalho explanara sobre
os modelos parlamentaristas cujo modelo francês parece dar maior legitimidade
para o chefe de Estado, pelo fato de ser eleito diretamente pelo povo, mas por
outro lado, a sua posição de garante das instituições, aparecendo acima dos
partidos políticos do qual fica prejudicada pelo fato de precisar do apoio dos
partidos políticos para viabilizar a sua eleição, sendo obrigado a apresentar
um programa político para ser eleito.
A dualidade no nível do
Executivo desaparece no sistema francês quando existe a dita maioria perfeita,
em que um mesmo grupo político domina no Parlamento, no governo e na chefia do
Estado. No modelo inglês, apesar de não ter a eleição do chefe de Estado, este
necessita se legitimar constantemente, principalmente por meio das ações de
suas personalidades. Contém existência de dois partidos fortes e disciplinados
dá estabilidade ao sistema, sendo considerado o ponto fundamental. No modelo alemão,
o sistema centra-se no Governo e no Parlamento, pois o chefe de Estado tem um
papel bastante decorativo, ficando numa posição discreta, não tratando sequer
das relações exteriores, função própria do chefe de Estado.
Comentários
Postar um comentário